O que é?
Cistite é uma infecção que acomete a bexiga, ou seja, uma infecção do trato urinário baixo (ITU). As cistites são muito comuns em mulheres.
Estima-se que 50 a 80% delas apresentarão ao menos um episódio de cistite ao longo da vida. De 20 a 50% das mulheres com diagnóstico de cistite poderão apresentar recorrência, caracterizada quando a paciente relata três episódios de cistite em um ano ou dois episódios em seis meses. O novo quadro de ITU poderá ser uma reinfecção (quando causada por uma nova bactéria) ou recidiva (quando for a mesma).
Após o primeiro episódio de ITU, a paciente se torna mais suscetível a novos eventos.
A maioria das mulheres descreve o primeiro diagnóstico dessa infecção quando jovens e no período de atividade sexual (“cistite da lua de mel”). É também comum o relato de histórico familiar de cistite de repetição.
Sintomas
Ardência ao urinar
Urgência para urinar e dificuldade de segurar a urina
Vontade de urinar mesmo com a bexiga vazia
Presença de sangue na urina (hematúria)
Causas
Cerca de 80 a 85% das infecções urinárias são causadas pela bactéria Escherichia coli (E. Coli). Os demais casos se devem a outras bactérias.
A automedicação deve ser desestimulada, pois pode ocasionar o desenvolvimento de resistência bacteriana a certos antibióticos.
O médico deve ser sempre consultado antes de iniciar o tratamento para infecção urinária. A escolha do melhor tratamento leva em consideração os sintomas apresentados pela paciente, bem como o perfil de sensibilidade das bactérias aos antibióticos em determinada comunidade.
Fatores de risco
-Fatores genéticos e ambientais estão envolvidos.
-A atividade sexual está fortemente relacionada ao surgimento de ITU. Mulheres que informaram relacionamento sexual no último mês possuem seis vezes mais chance de desenvolver as infecções.
-Mulheres jovens que utilizam agentes espermicidas apresentam cinco vezes mais chances de ter cistite. — -Contudo, é importante ressaltar que raramente é o parceiro que transmite a ITU. A maior parte dos germes que causam as infecções está presente no intestino e pode migrar para a vagina e a bexiga.
Outros fatores de risco são:
-Diabetes mellitus
-Presença de cistocele (“bexiga caída”)
-Retenção de urina ou incontinência urinária
-Menopausa
Prevenção e tratamento
O principal aspecto no tratamento e na prevenção da cistite de repetição é administrar o antibiótico no momento certo e pelo tempo apropriado.
Algumas estratégias específicas podem ser adotadas para evitar novos episódios em pacientes com recorrências frequentes, como manter um antibiótico em dose menor e por tempo prolongado (6 meses a 1 ano). Pode-se também utilizar o suco ou cápsula da fruta cranberry (embora os estudos não sejam unânimes em demonstrar sua eficácia).
A imunoterapia ou “vacina” também pode ser uma opção a ser considerada (cápsulas de lisado bacteriano de E. coli administradas via oral).
O urologista é o médico mais indicado para avaliar de maneira global a paciente com cistite de repetição e prescrever o tratamento mais apropriado.
Contudo, algumas medidas comportamentais devem ser instituídas:
-Evitar ficar longos períodos sem urinar
-Tomar líquidos em quantidades apropriadas (especialmente em dias quentes)
-Combater a constipação intestinal (“intestino preso”)
-Fazer a adequada higiene da genitália
-Estimular a prática de exercícios físicos