Infertilidade Masculina

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Postado por: Portal da Urologia em: 20 de outubro de 2016

O que é?

De acordo com a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (American Society for Reproductive Medicine – ASRM), a infertilidade é a incapacidade de obtenção de gestação após um ano de tentativas, sem uso de nenhum método anticoncepcional.Atualmente, estima-se que a infertilidade atinja 10% a 20% dos casais em idade reprodutiva, independentemente de suas origens étnicas ou sociais. Em aproximadamente 30% dos casos, a infertilidade é causada apenas por fatores masculinos, enquanto que em 20% têm causas masculinas e femininas combinadas. Portanto, a avaliação e o tratamento do homem assumem uma importância crucial na condução de um casal infértil.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que aproximadamente 80 milhões de pessoas ao redor do mundo apresentem o problema.

Causas

A idade do casal, duração da infertilidade, história prévia de gravidez, métodos contraceptivos utilizados no passado, bem como a frequência e o período do ciclo menstrual em que o paciente vem mantendo relações sexuais devem ser investigados.

Os pacientes devem manter intercurso sexual a cada dois dias no período ovulatório e peri-ovulatório, para garantir a presença de espermatozoides móveis nas tubas uterinas durante a passagem do ovócito.

Entre as doenças que podem causar infertilidade no homem, estão:

  • Varicocele, dilatação anormal das veias dentro da bolsa escrotal, é a causa mais comum
  • Criptorquidia unilateral ou bilateral, ou seja, a falta do testículo dentro da bolsa escrotal
  • Torção testicular, que pode resultar em isquemia do testículo afetado e afetar a produção de espermatozoides
  • História prévia de trauma testicular
  • Infecções do trato genital masculino, tais como prostatite e epididimite, pois podem levar à obstrução do trato reprodutivo e subsequente infertilidade
  • Orquite (inflamação no testículo) pós-caxumba. O acometimento testicular ocorre em 40 – 70% dos casos de caxumba pós-puberal
  • Pacientes com câncer testicular que foram tratados com quimioterapia, radioterapia, cirurgia retroperitoneal, ou uma combinação destas técnicas. Após o tratamento, pode demorar até 5 anos para que o paciente volte a apresentar espermatozoides no seu ejaculado
  • Febre, viremia ou bacteremia podem causar uma disfunção testicular temporária
  • O tempo em que o paciente atingiu a puberdade, já que a puberdade precoce pode indicar a presença de uma síndrome adreno-genital, enquanto a puberdade atrasada pode indicar um hipogonadismo ou Síndrome de Klinefelter
  • História familiar de diabetes mellitus, uma vez que a diabete pode levar à ejaculação retrógrada ou à ausência da emissão seminal
  • Cirurgias vesicais, pélvicas, retroperitoneais e transuretrais
  • Alterações genéticas

Fatores de risco

  • Tabagismo
  • Alcoolismo
  • Uso de drogas, como maconha, cocaína, heroína, crack e haxixe
  • Estilo de vida
  • Poluição ambiental
  • Condições sistêmicas, como diabetes e câncer e seus tratamentos, também podem prejudicar a produção de espermatozoides pelo testículo
  • Exposição ocupacional a gonodotoxinas, um tipo de pesticida
  • Exposição ao cádmio, chumbo e manganês
  • Trabalhadores expostos ao calor intenso
  • Uso frequente de saunas e banheiras com água quente.

Diagnóstico

A presença de infertilidade masculina é frequentemente definida pela existência de alterações nos parâmetros seminais, no entanto, o valor do achado de parâmetros seminais normais como diagnóstico de fertilidade masculina está muito longe de ser considerado aceitável. Sendo assim, a necessidade de testes diagnósticos com boa sensibilidade, acurácia e que sejam facilmente padronizados tem estimulado a busca de critérios bioquímicos, por meio dos quais a qualidade do ejaculado humano poderá ser melhor avaliada.

Apesar de o espermograma ser o exame disponível mais utilizado na prática clínica, os parâmetros seminais avaliados possuem limitações relacionadas à etiologia da disfunção espermática assim como na determinação da sua capacidade de fertilização.

São necessárias duas amostras com intervalo entre 15 a 30 dias. O exame avalia o volume de sêmen, o número, a concentração, a movimentação (motilidade) e a forma (morfologia) dos espermatozoides e também se há algum tipo de inflamação, o que será diagnosticado pela presença de leucócitos.

Também podem ser solicitados o exame de doppler dos testículos e a dosagem dos hormônios: testosterona total, FSH, LH e prolactina.

Tratamento

A correção da causa da infertilidade deve possibilitar o retorno da fertilidade do casal e a gravidez espontânea, desde que seja possível o diagnóstico e o tratamento. O principal objetivo é identificar causas específicas direcionando o tratamento da infertilidade masculina.

Apesar disso, aproximadamente 25% das causas de infertilidade masculina são chamadas de idiopáticas, e não possuem tratamento específico.

Levantada a causa, é possível indicar o melhor tratamento.

Entre as técnicas de reprodução assistida existem:

  • Inseminação artificial, quando são injetados espermatozoides na cavidade uterina após estímulo ovulatório
  • Fertilização in vitro, quando se colocam espermatozoides em contato com o oócito feminino e espera-se a fecundação para transferi-lo para o útero
  • ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoide), quando se introduz o espermatozoide no interior do óvulo e, uma vez fertilizado, transfere-se para o interior da cavidade uterina
Dr. Faisal Augusto Alderete Esgaib
Dr. Faisal Augusto Alderete Esgaib

Dr. Faisal, médico formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPr)– Curitiba, no ano de 1992, com registro no Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul, CRM 3446

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